Nayara Rangel
Sou feita de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma. Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou. Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior... Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade... Que me tornam mais pessoa, mais humana, mais completa.
Entremos e tenhamos um dedinho de prosa, pois a vida é feita desses encontros e conversas que nos alimentam a alma. Eu brinco que vim ao mundo a passeio, tentando sempre levar a vida com a leveza de quem desfruta de uma jornada. Otimista e realista, sou sincera ao ponto de às vezes me complicar, mas isso faz parte da minha essência. Decisões práticas e determinadas guiam meu caminho, sempre buscando simplificar a vida ao máximo. Valorizo amizades antigas e estou sempre aberta a fazer novas, pois para mim, cada pessoa traz uma história única e valiosa. Como uma Sagitariana nata, o movimento e a busca por novos objetivos são essenciais para minha felicidade. A rotina me entedia facilmente, então estou sempre em busca de novos desafios e aprendizados. A natureza é minha fonte de energia, especialmente o mar, onde encontro paz e conselhos valiosos nas ondas e na areia molhada. Sou uma apaixonada por animais, minhas cachorrinhas e gatinha são minhas companheiras fiéis, compartilhando meus dias de trabalho e me acompanhando em cada momento. E as plantas, ah, minhas preciosas plantas! Minha avó sempre dizia que elas são ótimas conselheiras, então não hesito em conversar com elas e compartilhar meus pensamentos. Na infância, encontrei um refúgio mágico em uma sala com uma estante repleta de gavetas cheias de fotografias de estranhos. Meu avô, presidia a Santa Casa da Misericórdia, e por isso recebia essas fotos como presentes, proporcionando-me um território fértil para a imaginação. Ali, mergulhei em um mundo onde cada rosto desconhecido era um convite para criar minhas próprias histórias. Essa fascinação pela arte de contar histórias através de imagens nunca me deixou. Recentemente, redescobri esse prazer ao me apropriar de fotografias, imprimindo nelas minha própria visão e narrativa. É como voltar à infância, onde a magia da criação se mistura com a beleza do desconhecido, dando vida a novas histórias e significados. A fotografia continua a ser meu meio de expressão preferido, onde posso explorar os limites da imaginação e compartilhar minha visão única do mundo. Na arte encontrei uma forma transformadora de expressão e autoconhecimento. Meu caminho começou na fotografia, hoje, as artes visuais também fazem parte do meu universo criativo, onde posso me desconectar do mundo e me entregar ao processo de criação. Sou uma amiga leal e presente, valorizando cada momento compartilhado. Estou aqui para ouvir e oferecer meu apoio, mesmo que minha sinceridade às vezes cause desconforto. No fim das contas, é com o coração aberto e a mente inquieta que sigo minha jornada, pronta para tudo o que o universo tem a oferecer.
BIO
Nascida em Vitória da Conquista na Bahia, cuja paixão reside em explorar as riquezas culturais que enriquecem nosso mundo. Sua jornada artística teve início na fotografia, onde buscou capturar a diversidade das pessoas ao seu redor. Ao longo do tempo, ela se aprofundou na apropriação de imagem e na arte da intervenção fotográfica.
STATEMENT
Meu percurso na fotografia tem raízes na infância, onde me encantei com as fotos que meu avô recebia de presente, despertando em mim uma paixão por contar histórias através das imagens. Mesmo sem uma câmera, eu brincava de construir narrativas com rostos desconhecidos, alimentando sonhos de viajar o mundo capturando momentos e sorrisos. Na adolescência conquistei, minha primeira câmera analógica, uma Zenit, onde abriu as portas para registrar o mundo em 36 poses. Com o tempo, minha busca por conhecimento na fotografia cresceu, levando-me a documentar nossa cultura e o cotidiano das pessoas, especialmente em ambientes rurais e cidades do interior. A simplicidade e autenticidade desses momentos me inspiram, e poder retribuir sorrisos através das minhas fotografias é uma gratificação única. Essa conexão com a fotografia do cotidiano remete à minha própria infância, enraizada em uma cidade do interior. À medida que minha jornada avança, mergulho nas memórias não só minhas, mas também das pessoas que cruzam meu caminho, revivendo a sensação de contar histórias com imagens. A liberdade de criar é essencial para mim, e é por isso que me aventuro na fotografia expandida, explorando sobreposições, texturas e elementos não convencionais para transmitir minha narrativa única. Em cada imagem, busco mostrar não apenas a realidade, mas também a essência e a emoção por trás dela. A fotografia não é apenas um meio de registro, mas uma ferramenta poderosa para expressar minha criatividade e minha visão de mundo. E é essa liberdade de expressão que me impulsiona a continuar explorando e experimentando, criando minha própria linguagem visual única no processo. me trazia muita liberdade e vivência desde cedo. Aos poucos a fotografia me pedia algo mais, e mergulho em minha memórias através de memórias de outras pessoas e volto como quando criança a contar estórias com fotografias de pessoas desconhecidas. Gosto da liberdade de criar, de não ficar presa a uma imagem em sua fidelidade, então a fotografia expandida abre uma porta para ser livre nas minhas criações. Isso me faz trazer a fotografia uma mescla. Então passo a sobrepor imagens, objetos, insetos, costurar, colar, rasgar, molhar e ate queimar, para com isso criar minha narrativa.
CURRICULUM VITAE
Participou das exposições coletivas: “Labirinto feminino” Amparo em foco – 2023; “fotoprojeção ChãoSLZ” - projeção de “ninguém tem a promessa do amanhã” – 2023 “entreATOS” – MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, com a obra “O Picadeiro” a qual integra o acervo do museu – 2023; “Festival de Arles ONOFF” projeção de Tudo que Cai na Água voa – 2023; “Cotidianos para guardar - Bahia” – Palacete das Artes-2022, Exposição coletiva Salvador Foto Clube; exposição itinerante “Vento vai, vento vem” com o Ateliê Oriente no Paraty em Foco, RJ, no Foto Rio, RJ e no Solar Fotofestival, Fortaleza, Ceará - 2022, com uma foto do ensaio Tudo que Cai na Água voa; “49º Salão da Primavera” , Museu de Arte Moderna de Resende (MAM) -2022 , com duas fotos do ensaio Tudo que Cai na Água voa; “O Museu de Dona Lina” – MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, com a obra “O Picadeiro”, a qual integra o acervo do museu; “Yê, Yê Omo Ejá - Mãe dos Filhos Peixe” – Galeria Fragmentos - Espaço Pierre Verger , 2021; Exposição coletiva - III convocatória internacional Museu Virtual Mundoarti "especial navidad", com uma foto do ensaio Reverberar; “Exposição coletiva 2020 - 2ª edição” – Galeria EIXO Arte; “ Agosto das Artes - DOC Expõe” – 2020, com uma foto do ensaio Reverberar; “Reverberar na Exposição virtual 2020” – Pequeno Encontro da Fotografia; “Cores, Amores, Recantos... Bahia” – MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, 2020 , com a obra O Picadeiro, a qual passou a integrar o acervo do museu; “Salvador do povo, de Lina, de todos os Santos” – MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, 2020; “Baianas: Iê acarajé, iê abará” – Fundação Gregório de Mattos, 2019. Prêmios e Seleções: Teve foto selecionada para 8º convocatória “Imagens para o amanhã”, participando da Exposição Coletiva do Festival de Fotografia de Tiradentes, 2018; XXI Bienal da Cor - Confederação Nacional de Fotografia – CONFOTO, selecionada foto com menção honrosa, 2019. Publicações: Co-autoria no Livro ArteGente – SobreGentes Editora, lançado em 2020; Co-autoria no Livro Sotaques Salvador - SobreGentes Editora, lançado em 2021; Fotolivro “Ô de casa”, Editora Origem - Lançado em 2021; Co-autoria no “Cotidianos para guardar Bahia” – SobreGentes Editora, lançado em 2022; Participação na Revista digital A CasaRevista - 3 Edição – Apropiação; Participação na Revista digital Tramaz - Edição 178. Acervo em museu: Em 2019, sua obra “ O picadeiro” foi incorporada ao acervo do MAM-BA.