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  • Sobre Nós | Desarquivos Coletivo

    Sobre nós como coletivo é uma nova voz para as mulheres e um lugar de escuta para todas nós. Acreditamos profundamente no acolhimento, na união e na construção de comunidades femininas fortes e coesas. Somos um grupo de mulheres que reverencia o comprometimento, o afeto e a conexão, e assim, nossa voz e nosso trabalho têm características de motivação, de leniência e de refúgio, sem jamais se afastar de mecanismos de inovação, e da liderança consciente e responsiva. Tudo realizado sempre com harmonia e confiança mútua. Madame Pagu fotografia | collage | arte têxtil | novas mídias Nayara Rangel fotografia | collage Ulla Von Czékus fotografia | collage | fotografia artesanal Vania Viana fotografia | collage

  • Nay | Desarquivos Coletivo

    Nayara Rangel Sou feita de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma. Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou. Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior... Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade... Que me tornam mais pessoa, mais humana, mais completa. Cris Pizzimenti Entremos e t enhamos um dedinho de prosa, pois a vida é feita desses encontros e conversas que nos alimentam a alma. Eu brinco que vim ao mundo a passeio, tentando sempre levar a vida com a leveza de quem desfruta de uma jornada. Otimista e realista, sou sincera ao ponto de às vezes me complicar, mas isso faz parte da minha essência. Decisões práticas e determinadas guiam meu caminho, sempre buscando simplificar a vida ao máximo. Valorizo amizades antigas e estou sempre aberta a fazer novas, pois para mim, cada pessoa traz uma história única e valiosa. Como uma Sagitariana nata, o movimento e a busca por novos objetivos são essenciais para minha felicidade. A rotina me entedia facilmente, então estou sempre em busca de novos desafios e aprendizados. A natureza é minha fonte de energia, especialmente o mar, onde encontro paz e conselhos valiosos nas ondas e na areia molhada. Sou uma apaixonada por animais, minhas cachorrinhas e gatinha são minhas companheiras fiéis, compartilhando meus dias de trabalho e me acompanhando em cada momento. E as plantas, ah, minhas preciosas plantas! Minha avó sempre dizia que elas são ótimas conselheiras, então não hesito em conversar com elas e compartilhar meus pensamentos. Na infância, encontrei um refúgio mágico em uma sala com uma estante repleta de gavetas cheias de fotografias de estranhos. Meu avô, presidia a Santa Casa da Misericórdia, e por isso recebia essas fotos como presentes, proporcionando-me um território fértil para a imaginação. Ali, mergulhei em um mundo onde cada rosto desconhecido era um convite para criar minhas próprias histórias. Essa fascinação pela arte de contar histórias através de imagens nunca me deixou. Recentemente, redescobri esse prazer ao me apropriar de fotografias, imprimindo nelas minha própria visão e narrativa. É como voltar à infância, onde a magia da criação se mistura com a beleza do desconhecido, dando vida a novas histórias e significados. A fotografia continua a ser meu meio de expressão preferido, onde posso explorar os limites da imaginação e compartilhar minha visão única do mundo. Na arte encontrei uma forma transformadora de expressão e autoconhecimento. Meu caminho começou na fotografia, hoje, as artes visuais também fazem parte do meu universo criativo, onde posso me desconectar do mundo e me entregar ao processo de criação. Sou uma amiga leal e presente, valorizando cada momento compartilhado. Estou aqui para ouvir e oferecer meu apoio, mesmo que minha sinceridade às vezes cause desconforto. No fim das contas, é com o coração aberto e a mente inquieta que sigo minha jornada, pronta para tudo o que o universo tem a oferecer. BIO Nascida em Vitória da Conquista na Bahia, cuja paixão reside em explorar as riquezas culturais que enriquecem nosso mundo. Sua jornada artística teve início na fotografia, onde buscou capturar a diversidade das pessoas ao seu redor. Ao longo do tempo, ela se aprofundou na apropriação de imagem e na arte da intervenção fotográfica. STATEMENT Meu percurso na fotografia tem raízes na infância, onde me encantei com as fotos que meu avô recebia de presente, despertando em mim uma paixão por contar histórias através das imagens. Mesmo sem uma câmera, eu brincava de construir narrativas com rostos desconhecidos, alimentando sonhos de viajar o mundo capturando momentos e sorrisos. Na adolescência conquistei, minha primeira câmera analógica, uma Zenit, onde abriu as portas para registrar o mundo em 36 poses. Com o tempo, minha busca por conhecimento na fotografia cresceu, levando-me a documentar nossa cultura e o cotidiano das pessoas, especialmente em ambientes rurais e cidades do interior. A simplicidade e autenticidade desses momentos me inspiram, e poder retribuir sorrisos através das minhas fotografias é uma gratificação única. Essa conexão com a fotografia do cotidiano remete à minha própria infância, enraizada em uma cidade do interior. À medida que minha jornada avança, mergulho nas memórias não só minhas, mas também das pessoas que cruzam meu caminho, revivendo a sensação de contar histórias com imagens. A liberdade de criar é essencial para mim, e é por isso que me aventuro na fotografia expandida, explorando sobreposições, texturas e elementos não convencionais para transmitir minha narrativa única. Em cada imagem, busco mostrar não apenas a realidade, mas também a essência e a emoção por trás dela. A fotografia não é apenas um meio de registro, mas uma ferramenta poderosa para expressar minha criatividade e minha visão de mundo. E é essa liberdade de expressão que me impulsiona a continuar explorando e experimentando, criando minha própria linguagem visual única no processo. me trazia muita liberdade e vivência desde cedo. Aos poucos a fotografia me pedia algo mais, e mergulho em minha memórias através de memórias de outras pessoas e volto como quando criança a contar estórias com fotografias de pessoas desconhecidas. Gosto da liberdade de criar, de não ficar presa a uma imagem em sua fidelidade, então a fotografia expandida abre uma porta para ser livre nas minhas criações. Isso me faz trazer a fotografia uma mescla. Então passo a sobrepor imagens, objetos, insetos, costurar, colar, rasgar, molhar e ate queimar, para com isso criar minha narrativa. CURRICULUM VITAE Participou das exposições coletivas: “Labirinto feminino” Amparo em foco – 2023; “fotoprojeção ChãoSLZ” - projeção de “ninguém tem a promessa do amanhã” – 2023 “entreATOS” – MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, com a obra “O Picadeiro” a qual integra o acervo do museu – 2023; “Festival de Arles ONOFF” projeção de Tudo que Cai na Água voa – 2023; “Cotidianos para guardar - Bahia” – Palacete das Artes-2022, Exposição coletiva Salvador Foto Clube; exposição itinerante “Vento vai, vento vem” com o Ateliê Oriente no Paraty em Foco, RJ, no Foto Rio, RJ e no Solar Fotofestival, Fortaleza, Ceará - 2022, com uma foto do ensaio Tudo que Cai na Água voa; “49º Salão da Primavera” , Museu de Arte Moderna de Resende (MAM) -2022 , com duas fotos do ensaio Tudo que Cai na Água voa; “O Museu de Dona Lina” – MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, com a obra “O Picadeiro”, a qual integra o acervo do museu; “Yê, Yê Omo Ejá - Mãe dos Filhos Peixe” – Galeria Fragmentos - Espaço Pierre Verger , 2021; Exposição coletiva - III convocatória internacional Museu Virtual Mundoarti "especial navidad", com uma foto do ensaio Reverberar; “Exposição coletiva 2020 - 2ª edição” – Galeria EIXO Arte; “ Agosto das Artes - DOC Expõe” – 2020, com uma foto do ensaio Reverberar; “Reverberar na Exposição virtual 2020” – Pequeno Encontro da Fotografia; “Cores, Amores, Recantos... Bahia” – MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, 2020 , com a obra O Picadeiro, a qual passou a integrar o acervo do museu; “Salvador do povo, de Lina, de todos os Santos” – MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, 2020; “Baianas: Iê acarajé, iê abará” – Fundação Gregório de Mattos, 2019. Prêmios e Seleções: Teve foto selecionada para 8º convocatória “Imagens para o amanhã”, participando da Exposição Coletiva do Festival de Fotografia de Tiradentes, 2018; XXI Bienal da Cor - Confederação Nacional de Fotografia – CONFOTO, selecionada foto com menção honrosa, 2019. Publicações: Co-autoria no Livro ArteGente – SobreGentes Editora, lançado em 2020; Co-autoria no Livro Sotaques Salvador - SobreGentes Editora, lançado em 2021; Fotolivro “Ô de casa”, Editora Origem - Lançado em 2021; Co-autoria no “Cotidianos para guardar Bahia” – SobreGentes Editora, lançado em 2022; Participação na Revista digital A CasaRevista - 3 Edição – Apropiação; Participação na Revista digital Tramaz - Edição 178. Acervo em museu: Em 2019, sua obra “ O picadeiro” foi incorporada ao acervo do MAM-BA.

  • Ulla | Desarquivos Coletivo

    Ulla von Czékus A mulher vem se transbordando, eternamente, oferecendo pequenos goles a quem tem sede; raramente lhe permitem o tempo, a quietude e a paz para que seu jarro encha novamente. Anne Morrow Lindbergh Como uma verdadeira taurina, sou guiada pela paixão e pela determinação, buscando a estabilidade e a beleza na vida cotidiana. Encontrei nas plantas uma grande paixão. Meus olhos brilham com cada folha que nasce, cada botão que se abre, e adoro observar os processos de crescimento e renovação que as plantas me trazem. Além da minha paixão pelas plantas, meu coração bate forte pelos animais. Os gatos têm um lugar especial em minha vida, enchendo meus dias com seu carinho, alegria e curiosidade. Sou a louca da papelaria, sempre em busca de novidades que tornem o meu processo criativo ainda mais prazeroso. Cadernos, lápis e papeis coloridos, tintas e todos os itens que compõem esse universo encantado têm um espaço garantido na minha vida. Minha expressão artística se manifesta nas artes visuais e na fotografia. Amo capturar momentos preciosos, especialmente aqueles que contam histórias, seja através de retratos de família ou fotografias antigas que resgatam memórias. Compartilhar experiências e conhecimentos é algo que me traz imensa alegria. Amo aprender e ensinar, construindo pontes para o crescimento recíproco. Sou uma amiga verdadeira, pronta para compartilhar risadas, conselhos e momentos especiais regados a um bom vinho ou um delicioso chocolate. Sim, eu sou chocólatra! Choro assistindo propaganda na TV. Não vivo sem as emoções proporcionadas pelos filmes e séries, que são o meu momento diário de relaxamento. A leitura também é uma paixão, embora eu sonhe em ter mais tempo para me perder nas páginas de bons livros. Bem-vindas ao meu mundo, onde as plantas florescem, os gatos encantam, os doces adoçam a vida, a papelaria é uma festa de cores e as histórias ganham vida através da fotografia e da arte! BIO Da mãe herdou o prazer e o fascínio pelo cultivo das plantas. Influenciada por seu pai – fotógrafo por hobby que adorava produzir imagens dos momentos familiares, desde criança, aproximou-se da visualidade da fotografia. Quando adulta, conjugou esses dois fazeres em um só para reflexionar sobre a transformação da vida mesma. Explora, em seus trabalhos, não apenas imagens em estúdio do universo da botânica, mas também uma conversação entre a característica indelével do tempo e a impermanência da vida humana – idêntica às das folhas, frutos, sementes que fotografa. Hoje, seu trabalho se debruça sobre pensar a vida como experiência contínua diante de suas resplandecências e, concomitantemente, de sua marcante efemeridade. STATEMENT Há muitos anos tenho me dedicado a fotografar a forma, o movimento e o meu encantamento com os detalhes botânicos que recolho pelos lugares por onde passo e dentro de minha casa. Folhas, flores, sementes e galhos eram, até pouco tempo, a matéria prima exclusiva de meu trabalho, visto o interesse em estudar a natureza em sua constante transformação. Percebi-a ritmada e vi, em tudo o que colecionava e dispunha para fotografar, uma música: ora suave, ora intensa. Embora soasse em pulsos diferentes, eles se complementavam. Essas questões se me apresentaram em função da fotografia feita em estúdio: ao isolar os objetos de seu mundo consegui pausá-los, pela imagem, em suas variações parciais e totais. Cada curva, veio, dobra, pistilo, entranha, mostraram-se ainda mais vigorosos em sua própria evanescência. Enxerguei a vida em sua congenialidade. Apesar de satisfeita com a visualidade e a circulação dessas imagens Botânicas, havia em mim uma inquietação: se a essência da vida de todas aquelas partes coletadas e fotografadas era a mesma que a minha, o que nos separava? Foi caminhando pelos Arredores de meu corpo e do espaço que ocupo nesse mundo que senti a força vital da natureza e a importância da sua existência: eu sou parte do todo! Não sou uma coisa e a natureza outra. A transformação, o movimento, a evanescência também me atravessam continuamente. Todos esses sentimentos me fazem entender que é imprescindível cuidar, proteger, me envolver, me reintegrar a esse mundo chamado natural do qual fui afastada pela cultura. Experimentei envolver-me com minha natureza. Brinquei de ser árvore, de ser planta e descobri que todas somos uma coisa só, integrada. Daí ocorre uma grande mudança em meu trabalho por meio da qual proponho outra forma de habitar o mundo, pensando nas relações entre natureza e cultura ao abusar da pose, das roupas, da estranheza gerada pela ausência de uma identidade específica na ação de obliterar meu rosto: eu sendo natureza. Somos uma mesma família de seres viventes. Isso significa que A vida está em outro lugar; na experiência e não no conceito. Ou seja, a vida é um saber experimentado em conjunto e não um significado específico e hermético. Ao descobrir-me familiar à natureza resolvi revisitar coisas sabidamente guardadas por mim, conscientemente esquecidas: álbuns de fotografias, aos montes, objetos pessoais e inúmeras cartas que pertenceram aos meus pais, aos meus avós. Então, abri as portas desse grande repositório da memória, donde se pinçam as lembranças, já desvanecidas de suas verdades, para construir novas narrativas a partir dos fatos – tanto pelos experimentados no corpo ao longo do tempo de convivência, quanto àqueles apenas retransmitidos pela oralidade. Lembrar das histórias é fantasiar a memória: a imaginação é o instrumento por meio do qual me é possível adentrar nesse espaço de tantas vidas particulares já findadas, mas ainda vívidas em mim. As folhas, antes isoladas em estúdio, depois de arrodeadas, retornam mescladas com os retratos de meus pais e do meu como uma primeira tentativa de trabalhar a vida no seu acento mais brilhante: a transformação. CURRICULUM VITAE Realizou três exposições individuais em 2022: em duas delas exibiu o trabalho A DÚVIDA, durante o Med Photo Fest realizado no Museo Diocesano de Caltagirone, Sicília, Itália, e no Museu de Arte de Blumenau – SC. A terceira foi ÁRVORE DE MIM, na A galeria do Ativa Atelier Livre, em Salvador/Ba que contou com trabalhos da série ARREDORES e A DÚVIDA. Desde 2018 tem participado das exposições coletivas: PROJEÇÃO DE VÍDEOS DE PUBLICAÇÕES FOTOGRÁFICAS no Festival FotoKariri – Olho Fotográfico, Centro Cultural Cariri, Cariri/CE; MOSTRA DE VÍDEOS DE FOTOLIVROS | IMAGEM-RETÍCULA, PIXEL-RETINA no Museu da Imagem e do Som e EXPOSIÇÃO INTERVENÇÕES URBANAS (PROJEÇÃO) no Kuya - Centro de Design do Ceará, ambas no Efêmero Festival Experimental de Fotografia, Fortaleza/CE (2023); EXPOSIÇÃO LETRA [ ] IMAGEM (2023) no Instituto Goethe, Salvador/BA, UM LUGAR ONDE TUDO É POSSÍVEL (2023) no Museu Carlos Costa Pinto, Salvador/BA; LAMPEJOS NA ESCURIDÃO E SONHAR FUTURO (2023) e MOSTRA DE PORTFÓLIOS (2021) no Festival de Fotografia de Tiradentes, Tiradentes/MG; COTIDIANOS PARA GUARDAR BAHIA (2022) e AGOSTO DAS ARTES (2018, 2019 e 2020) no Palacete das Artes Museu Rodin, em Salvador/BA; O AMOR É REVOLUCIONÁRIO (2022) e RESISTIR, PERSISTIR E EXISTIR (2021) no BC Foto Festival, Balneário Camboriú/SC; TERRARIUM (2022) e FOTOGRAFIA E SILÊNCIO (2021) no FestFoto Porto Alegre/RS; I MOSTRA DE PROCESSOS CRIATIVOS – AMOR, FORÇA E ARTE (2022) no Ativa Atelier Livre, Salvador/BA; DALLA PARTE DELLA DONNA (2021) no MED PhotoFest, Catania/Itália; EXPOSIÇÃO ONLINE (2021) no Pequeno Encontro da Fotografia em Olinda/PE; PERMITIR O AFETO (2021) no Maré Foto Festival, online; BLACK & WHITE INTERNATIONAL PHOTOGRAPHY AWARDS EXHIBITION (2020), Cidade do México/México e na MOSTRA FOTOGRAFIA ARTE PLURAL – MULHERES DE VISÃO (2020) da Icon Artes Galeria, Rio de Janeiro/RJ. Participou também da XXXII Bienal de Arte Fotográfica em Preto e Branco, Porto Alegre/RS e do XXIII Salão Nacional de Arte Fotográfica, Londrina/PR. Recebeu a medalha de bronze no Moscow International Foto Awards 2022 e medalha de prata no Budapest International Foto Awards 2021. Foi a única brasileira a ser pré-selecionada para o RPS 163 da The Royal Photographic Society, Londres/Inglaterra. Tem trabalhos na Mediterraneum Collection, Catânia, Sicília, Itália. Seus trabalhos foram publicados nos livros COTIDIANOS PARA GUARDAR BAHIA, Editora Sobregentes e FOTOGRAFIA HÍBRIDA, Editora Entrelinha; e nas revistas Photo Trouvée Magazine, FotoargentA, Articulate, LF Magazine e Dodho Magazine. Faz parte das plataformas Mulheres Luz, Women on walls e Saatchi Art. Seu fotolivro TUDO COMEÇA COM UMA DOBRA está em fase de pré-produção.

  • Nossa História | Desarquivos Coletivo

    Nossa História nasce do lindo encontro de Ulla von Czékus , Nayara Rangel , Vania Viana e Madame Pagu . Essas quatro artistas, duas baianas e duas paulistas, se debruçam sobre questões que flutuam no universo feminino, pesquisando e produzindo seus trabalhos a partir da fotografia autoral e, principalmente, fazendo uso de arquivos pessoais e alheios, para narrar histórias que cultivam experiências e memórias reais e fabuladas, mas que tenham densidade suficiente para abrir frestas entre as posturas e regras que foram, ao longo do tempo, impostas às mulheres. ​Contato Você também tem uma história linda? Compartilhe conosco e assine nossa Newsletter ❤ Nome Sobrenome Email Mensagem Enviar Obrigada por compartilhar conosco 💌

  • Vania | Desarquivos Coletivo

    Vania Viana Antigamente, em maio, eu virava anjo. A mãe me punha o vestido, as asas, me encalcava a coroa na cabeça e encomendava: ‘canta alto, espevita as palavras bem’. Eu levantava voo rua acima. Adélia Prado Nasci na Paulicéia Desvairada, a mesma da Rita Lee. Diferente da Rita, não costumo transgredir, apenas, ousar. Eu já quis ser bailarina: ainda guardo as sapatilhas de ponta. Na memória, muitos rodopios. Gosto de música clássica com uma queda previsível por “A morte do cisne” de Saint Saens. Quando fecho os olhos me transformo no cisne. Mais tarde, cogitei ser atriz. Queria ser muitas mulheres, viver muitas vidas. O cinema é uma paixão antiga. Via Fellini sem entender tudo, mas guardando muito. “Os girassóis da Rússia” e “All that jazz” estão no topo da minha lista. Eu moraria num barco. Arranquei muitas risadas do meu pai na infância, insistindo em pedir para mudarmos para o Rio de Janeiro, só para ficar perto do mar. Na cozinha me aventuro muito pouco. Sei preparar pasta, molho de tomate e sobremesa. Depois de mudar para a Bahia, ganhei a fama de fazer um vatapá excepcional. O arquétipo feminino se ajusta muito bem em mim. O sonho de ser mãe foi realizado com sucesso. Na adolescência, para onde ia levava meu violão. A vida adulta silenciou este lado e depois de anos de trabalho na área da saúde, aqui estou eu no mundo das artes. A fotografia se expandiu para as artes visuais e continua me empurrando para contar histórias através das imagens. Adoro capturar uma cena, um acontecimento qualquer que marca a passagem do tempo: a vida que não se repete. Assim como também sei fabular para expressar meu mundo mais íntimo. As fotos de família sempre foram uma grande paixão que, ao longo do tempo, cresceu para abraçar também fotos encontradas. Nessas antigas imagens encontro a matéria prima que preciso para alimentar minha criatividade. Sinto uma atração irresistível por trabalhar com as mãos. Quando mergulho num projeto de bordar fotografia ou tecido, ou faço uma colagem é como se o mundo à minha volta se apagasse. Vou tecendo minha história como numa cena de filme, fico só e em silêncio. BIO Fruto da união de dois jovens que migraram para São Paulo em busca de uma vida melhor, Vania Viana nasceu no sudeste com um coração nordestino. Cresceu em meio ao caos da cidade grande cercada de afeto, memórias e ritmos cultivados por seu pai nas lembranças do seu amado sertão. Aos oito anos de idade, visitando a fazenda de um tio, fotografou um bezerrinho branco dentro do curral e o resultado desta captura causou tal deslumbramento que o desejo de relacionar-se com imagens nunca mais se desfez. Seu trabalho hoje lida com memórias, família e a inexorável passagem do tempo, e por ser uma pessoa conectada com o lado invisível da vida, se interessa por registrar práticas religiosas, o movimento das pessoas e sua fé. STATEMENT A fotografia não me veio como avalanche. Sua presença deu-se lenta e persistentemente. Na infância e juventude, fotografar era apenas combinar códigos preestabelecidos. Quando da minha formação em odontologia, a imagem técnica cumpriu um papel objetivo de registrar os casos clínicos dos pacientes que atendi. Hoje depreendo nesses fazeres anteriores a existência dos elementos que configuram meus interesses atuais: o contato com o inefável; o acesso aos acontecimentos em família: as histórias reais e inventadas dentro dessas memórias; e a constante (re)elaboração do feminino a partir de mim, de minha mãe, de minha avó e da figura maternal de Iemanjá. Estou, portanto, à procura de formas de manifestação da vida, tanto as do passado acesas no presente como as do agora impalpável que se diluem no espaço-tempo e me impulsionam ao futuro. Foi a Umbanda, com seus rituais, o primeiro universo pelo qual pude ultrapassar o plano das coisas tangíveis. As surpresas do convívio com a fé, cujas significações não se encontram dicionarizadas, me impulsionaram ao encontro de Iemanjá. Desde 2017, quando iniciei aprofundamentos técnicos e poéticos no campo da fotografia, me dedico a fotografar a festa da Rainha do Mar, em Salvador. Interesso-me por essa relação do humano com o sagrado, do contato entre a materialidade do corpo e o inefável divino. Esse contato exige um preparo cuidadoso que se expressa nos presentes, nas flores, na ornamentação dos balaios, nas vestimentas e, acima de tudo, nas inter-relações entre a carne e o cosmo. Trata-se, também, da manutenção/produção de algumas memórias, a da festa em si, a minha particular e a vivida coletivamente. Iemanjá me atravessa pela sua força maternal e as derivações de seu arquétipo inscritas na fertilidade, no zelo, na amorosidade: a mãe primordial. É a imagem da mãe, o avançar da idade e a persistência do passado que me levam a trabalhar com o meu arquivo fotográfico familiar, principalmente influenciada pela perda de minha avó. Foi ela quem me cuidou como filha. Disponho-me a tatear o tempo e, nele, os afetos dessas relações. Mergulho em busca da criança que fui, dos sentimentos que nutri, das experiências que tive e, tocada por essas reminiscências acordadas pelas fotografias tento interferir no que já passou: seja para modificá-lo em mim ou simplesmente destacá-lo no tempo (reviver). Talvez seja por isso que a produção tenha migrado de um fazer com a câmera para um fazer com as mãos. A urgência em produzir algo com as mãos vem da cura proporcionada pela mãe. Manipular as fotografias do meu arquivo, vivo, de modo a repeti-las, corta-las, cola-las sobre outras imagens cumpre um duplo papel: de um lado, esse olhar tardio ocasiona pacificar o passado – feridas que, quando coladas e as reordenadas, começam a se fechar –; do outro, mostrar-me coisas que passaram desapercebidas. Meu trabalho, portanto, está vinculado à aliança entre vida e morte, físico e espiritual, passado e presente, documento e ficção. É no tempo, e nos espaços que ele ocupa, que me posiciono. A cronologia me obriga a enfrentar fantasmas e coletar água das chuvas. A fotografia me ensina como dissipar o medo e nadar em alto mar. Embora trabalhe orientada por interesses do meu âmbito particular, meu olhar está sempre em busca de uma vida que se elabora, também, fora de mim; de formas de vida diversas à minha. Na gangorra do existir vivencio a gravidade de cair e colar ao chão e a força da esperança que me faz voar. Alegrias, mandacurus, transes: tudo é fermento criativo. Por isso me disponho, também, a olhar outros espaços e acontecimentos como o Sertão de meu pai e necessidade de um feminino, carente de crítica, das Muquiranas. A fotografia age em favor da revelação do invisível no mundo e em mim, e é assim que tenho me dedicado a ver: ora cega apalpando para conhecer, ora vidente procurando nas sombras o que pode escapar. CURRICULUM VITAE Em 2023 participou das exposições coletivas: “Um lugar onde tudo é possível”, no Museu Carlos Costa Pinto e da XIII Bienal de arte fotográfica brasileira em cores. Em 2022, no Med Photo Fest no Monastero dei Benedittini , “L’Arte dell’Incontro” em Catania, Sicília, Itália; exposição itinerante “Vento vai, vento vem” com o Ateliê Oriente no Paraty em Foco, RJ,no Foto Rio, RJ e no Solar Fotofestival, Fortaleza, Ceará; “Cotidianos para guardar – Bahia”, Palacete das Artes, Salvador – Ba; I Mostra de Processos Criativos do Ativa Atelier Livre, Salvador – Ba; “Fé”, exposição virtual no Centro Cultural Virtual Segundo Olhar. Em 2021, XXII Bienal de arte fotográfica brasileira em cores, Londrina, Paraná (on-line); Yê Yê Omo Ejá, Galeria Virtual Eixo Arte; Yê Yê Omo Ejá – Galeria Fragmentos do Espaço Pierre Verger, Salvador - Ba; Selfie em Foco do Festival de Fotografia Paraty em Foco. Em 2020, Agosto das Artes, Mostra virtual; Salvador do povo, de Lina e de todos os santos e Cores, Amores, Recantos... Bahia, ambas no MAM – Ba. Em 2019, Baiana: iê acarajé, iê abará na Fundação Gregório de Matos, SSA, Ba; III Mostra Agosto das Artes no Palacete das Artes, Salvador - Ba e da XXI Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Cores, São Caetano do Sul - SP. Em 2018, Caminhos do Sertão, Galeria Claudio Colavolpe Photo Art, Salvador - Ba. Em 2017, Um olhar além do sorriso, UEFS, Feira de Santana- Ba. Publicações: A casa revista – 2022, acasafotoarte revista, agosto, 2022; Cotidianos para guardar - Ba, 2022; Submersa, 2021, Fotolivro, Editora Origem. Sotaques Salvador, 2021 e Arte Gente, 2020 – Sobregentes Editora. Participa da Coleção Mediterraneum Collection, Catania, Sicilia, Itália.

  • Contato | Desarquivos Coletivo

    Contato Queremos criar uma grande comunidade de mulheres artistas. Faça parte desse sonho. Inscreva-se em nossa comunidade Vamos conversar? Brasil ❤ Itália Nome Sobrenome Email Mensagem Enviar Obrigada pelo contato 💌

  • Portfólio | Desarquivos Coletivo

    PORTFÓLIO aqui você pode explorar uma seleção dos trabalhos que estarão em nossa primeira exposição como coletivo

  • Pagu | Desarquivos Coletivo

    Madame Pagu Não há memória mais terrível do que a da pele. A cabeça pensa que esquece, o coração sente que passou, mas a pele arde, invulnerável ao tempo. Ines Pedrosa Eu sou completamente apaixonada por gatos. Danço todos os dias porque isso faz bem para a alma. Adoro neve, o barulho e o cheiro do mar. Me comovo com facilidade. Uso com amor a máquina de escrever que meu pai me deu quando eu tinha 15 anos. Sou uma boa amiga. Sorrio sempre. Costuro coisas à mão, na máquina e nos meus pensamentos. Sempre encontro uma boa palavra para dizer a alguém. Coleciono tesouras e pedras de praia. Sempre tive o sonho de ter uma Polaroid. Desde que meu olfato voltou a funcionar, uso e coleciono perfumes. Estudo muito porque sou muito curiosa sobre todas as coisas. Acredito que conhecimento não deve ser represado, então compartilho com prazer tudo o que aprendo. Eu sou advogada e aprendi muito cedo a diferença entre Direito e Justiça. Adoro livros, filmes e música boa. Ainda não aprendi a lidar com elogios. Tenho linhas, canetas e papéis de todos os tipos, mas nunca acho que são o suficiente. Faço journaling desde antes de aprender a escrever. Conto histórias através da escrita, do bordado, da collage, da fotografia e de todo e qualquer modo que eu possa construir memórias. Frequento feira de antiguidade porque adoro fotos, móveis e cartas antigas. Me agradam as coisas que eu posso fazer lentamente, com minhas mãos, vivendo completamente cada minuto. Tudo isso me trouxe até aqui. É o que me move. É o que me faz respirar. É o que conduz minha arte que compartilho com você e com aqueles que virão depois de mim. BIO Madame Pagu (São Paulo, Brasil) é multiartista, escritora e pesquisadora. Advogada e Mestre em Direitos Difusos e Coletivos, desde 2015 vive na Itália onde dedica-se, à sua produção artística que, por meio da linguagem fotográfica, da apropriação de objetos e imagens, da arte têxtil, dos meios audiovisuais e novas mídias, constrói trabalhos imersos no universo do feminino, investigando a conexão das relações humanas com a percepção do tempo e da identidade, referências conceituais e estéticas para suas práticas e experimentações poéticas. STATEMENT Eu aprendi muito cedo a diferença entre Direito e Justiça e penso que por essa razão me tornei advogada. Os desdobramentos da identidade feminina ao longo do tempo me levaram a mergulhar em temas voltados ao direito de escolha e assim me especializei em Biodireito, Bioética e Biotecnologia. Acredito que o conhecimento não deve ficar represado e assim, me tornei Mestre em Direitos Difusos e Coletivos. O Direito também me ensinou que as formas, tal como as ideias, dependem de luz e de sombras para sua existência. Nasci e cresci no Brasil, e me mudei para a Itália em 2015, quando, depois de 30 anos dedicados à advocacia, pude dar mais espaço para minhas práticas artísticas, as quais sempre estiveram envolvidas com a fotografia expandida, a collage e a arte têxtil. Gosto de olhar os fragmentos e construir novos universos para abrigar as imagens de arquivo ou autorais com as quais trabalho. Seja através dos processos digitais, dos fios ou da cola, eu costuro tudo – física e metaforicamente. Trato a imagem pura como meio e não como um fim, o que me permite, através de intervenções físicas, digitais ou destrutivas, investigar as relações humanas e indagar sobre a percepção da passagem do tempo. Produzo obras que tratam de temas densos, sempre tendo a mulher e o feminino como ponto focal. Meu processo criativo questiona os gestos de consumo através da apropriação de imagens, sons e objetos, e está intimamente ligado ao Slow Movement. Desde 2020 me debrucei sobre as possibilidades que o mundo do audiovisual oferece para minhas práticas e experimentações poéticas, apreciando cada vez mais produzir pautada pela imperfeição, porquê gosto do aprendizado que os processos experimentais evocam. Tudo começa na escuridão. Com meu ofício quero trazer à luz os temas que me atravessam e me emocionam para narrar sobre mim, sobre o feminino e sobre como construímos nossas memórias. CURRICULUM VITAE Em 2023, exibe seu curta-metragem TERRA INCOGNITAE, no 6º International Women Filmmakers Festival, na Turquia. Em 2022, o projeto MOTHERHOOD recebe Menção Honrosa no MONFEST 2022, em Casale Monferrato, Itália; participa com exposição individual do trabalho PELE MANSA, no Instituto Iberê Camargo, dentro do projeto Terrarium Brasiliensis, organizado pelo 15º Festfoto, Porto Alegre, Brasil; realiza exposição individual de seu trabalho MOTHERHOOD no Palacio Ducal, em Medinaceli, na Espanha; é entrevistada e publicadas pela revista Il Fotografo Magazine as imagens de seu projeto MOTHERHOOD; organiza exposições de fotografia com o tema A Arte do Encontro no Med Photo Fest 2022; faz a co-curadoria da primeira exposição de livro de artista Brasile: L’aspro e il Seducente, no Med Photo Fest 2022; participa da mostra coletiva de fotografia no Med Photo Fest 2022 com PELE MANSA; tem seu trabalho PELE MANSA selecionado no Paraty em Foco – Festival Internacional de Fotografia, Rio de Janeiro, Brasil; expõe na mostra Brasile: L’aspro e il Seducente no Med Photo Fest 2022, o livro têxtil 3X4, na Sicilia, Itália; realiza exposição individual de PELE MANSA no 8º Festival Pequeno Encontro da Fotografia, em Olinda, Pernambuco, Brasil; é jurada no concurso fotográfico Il Degrado Urbano nelle Periferie della Sicilia, promovido pela ANCE Giovani Catania, Sicilia, Itália. Em 2021, vence o prêmio na categoria multimídia com curta-metragem 3X4, no 14º Festfoto, Porto Alegre, Brasil; participa da exposição coletiva Salón Homenaje a las Mujeres de la Ciencia, com seu trabalho RADIOATIVA, no Centro Argentino de Artes Têxteis, em Buenos Aires, Argentina; participa da Apresentação Fotograma Livre 2021 – Pandemia, Confinamento e Violência, com seu curta-metragem 3X4; seu trabalho MOTHERHOOD recebe o prêmio Med Photo Fest durante as leituras de portfolio no 14º FESTFOTO, Porto Alegre, Brasil; seus trabalhos ATLANTE DEL SILENZIO, A FORCA e A OUTRA são selecionados como finalistas no Coca Project, Itália; mostra seu trabalho MOTHERHOOD em exposição coletiva Impressões da Memória, na Casa Abaeté, em Ribeirão Preto, Brasil; participa da mostra coletiva Para Mudar o Estado das Coisas com seu trabalho MOTHERHOOD, no Fonte Espaço Independente de Arte, em São Paulo, Brasil; realiza exposição individual de MOTHERHOOD, no Museo Diocesano di Caltagirone, dentro do Med Photo Fest 2021, na Sicilia, Itália; participa da exposição coletiva Secretos de Almohada com seu trabalho A OUTRA, no Centro Argentino de Artes Têxteis, em Buenos Aires, Argentina; realiza exibição do curta-metragem 3X4 no 7º Festival Pequeno Encontro da Fotografia, em Olinda, Pernambuco. Em 2020, participa da exposição coletiva virtual Casulo com seu trabalho ASAS, no Rio de Janeiro, Brasil. Em 2015 mostra seu trabalho SEPPUKU na exposição coletiva Cromossomos, do projeto Fotograficamente, em São Paulo, Brasil. Suas obras estão em coleções particulares no Brasil, na Espanha, nos Estados Unidos e na Itália, além de integrar a Mediterraneum Collection com MOTHERHOOD e PELE MANSA. Desde 2020, organiza e ministra eventos e workshops voltados à Collage, Arte têxtil e Fotografia Experimental, além de atender artistas emergentes em sessões particulares de Mentoring. Seus trabalhos integram as plataformas Artàporter (Itália), Kolaj Magazine Artist Directory (USA), Saatchi Art (England), Artsper (USA) e Mulheres Luz (Brasil).

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